outubro 16, 2014

[Segurança] Porque a privacidade é importante

O jornalista britânico Glenn Greenwald deu uma excelente palestra no TED Global 2014, que aconteceu recentemente no Rio de Janeiro: Why privacy matters.


Em sua palestra, Greenwald discute o direito a privacidade e critica os esforços governamentais de criar um Estado de vigilância sobre as pessoas. Ele defende que todos nós entendemos instintivamento a importância de termos a nossa privacidade em determinados momentos, mesmo que não tenhamos motivo para nos esconder de outras pessoas e do governo. Afinal de contas, todos nós temos direito a liberdade e ao sentimento de poder agir e pensar em liberdade. Além do mais, todos nós temos algo para esconder do resto do mundo sobre o que pensamos, fazemos ou dizemos. Sejam ações, idéias, ou comportamentos. Coisas que não queremos que os outros não saibam.

Nosso comportamento pode mudar dramaticamente quando estamos em uma situação aonde somos vigiados: isto é uma simples reação natural, humana. Nosso conportamento é mais conformista e obediente quando somos monitorados, e assim podemos ser controlados mais facilmente. A vigilância massiva causa uma prisão mental em todos nós. Ou seja, no mundo digital de hoje, o vigilantismo é a nova forma de controle e tirania. E, o melhor de tudo: não é necessário vigiar a todos o tempo todo - basta fazer as pessoas acreditarem que podem ser monitoradas a qualquer momento.

Pensando bem, isto não é um fenômeno que acontece somente nos dias de hoje e no mundo online. Um dos maiores poderes das ditaduras é a vigilância sobre sua população através de espiões e delatores. Foi assim em países Europeus que eram dominados por regimes comunistas, é assim até hoje em Cuba - por exemplo. Assim como descrito no livro 1984, um livro escrito em 1948 !!!

Uma sociedade aonde as pessoas podem ser monitoradas a qualquer momento é uma sociedade dominada pela conformidade, obediência e submissão. E que limita a nossa liberdade.

Uma verdadeira sociedade democrática sabe respeitar não apenas os cidadãos obedientes, mas até mesmo os seus dissidentes.

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