março 14, 2012

[Cyber Cultura] Cyber ativismo e redes sociais: Kony 2012

De repente, o mundo todo passou a conhecer o Joseph Kony, o líder de um grupo guerrilheiro religioso que atua no coração da África há décadas.

O documentarista Jason Russell e a ONG Invisible Children lançaram uma bem feita campanha de marketing viral chamada "Kony 2012" que, em poucos dias, chamou a atenção de pessoas no mundo todo, alcançou milhões de views no YouTube e no vimeo, mas também se envolveu em meio a críticas e polêmicas. Eles produziram um documentário de cerca de meia hora, bem feito e emocionante, chamado "Kony 2012" (se preferir, veja a versão com legenda em português), que descreve os crimes realizados por Joseph Kony e a campanha que a ONG tem realizado contra ele.

O objetivo da campanha é chamar a atenção para o problema existente em Uganda e seus países vizinhos (incluindo Congo e Sudão), aonde o grupo guerrilheiro liderado por Kony tem atuado há cerca de 20 anos e, principalmente, tem capturado crianças para servirem de soldados (no caso dos meninos) ou escravos sexuais (no caso das meninas). Através da mobilização mundial em torno da campanha, a ONG pretende pressionar governos a tomarem ação contra o líder terrorista e ajudarem nos esforços para sua captura. Os EUA, por exemplo, já enviaram 100 militares que estão treinando e fornecendo apoio logístico para o exército local localizar e combater os terroristas.



Eu já vi algumas críticas a campanha e a ONG, a maioria delas relacionadas ao fato do vídeo simplificar demais o problema e não mostrar o real nível de crueldade que acontece realmente em Uganda (mas, afinal de contas, a população mundial estaria preparada para ver cenas de crianças matando, sendo mortas e sendo violentadas? Acredito que não). Além do mais, alguns críticos dizem que o grupo de Kony não está mais atuando em Uganda e outros dizem que o vídeo acaba por levantar apoio ao governo de Uganda, que é uma ditadura e que também já cometeu várias atrocidades. Também vi críticas sobre o repasse do dinheiro arrecadado, como exemplificado no gráfico abaixo, publicado pelo jornal britânico The Guardian.

Image source: http://www.guardian.co.uk/news/datablog/2012/mar/12/kony-2012-infographic

Críticas a parte, o vídeo mostra uma forma interessante de como o ativismo tradicional pode se aliar com a Internet e se beneficiar dela: uma campanha bem feita é capar de atrair a atenção de milhões de pessoas em pouco tempo. Além do mais, além de ajudar na divulgação de uma mensagem, a Internet também permite que pessoas em todo o mundo se mobilizem em torno de uma causa e possam apoiá-la, como através de abaixos-assinados virtuais ou arrecadação de fundos, seja via doação ou comprando material online para divulgar a causa.

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